Dinâmica e diferenças dos preços dos alimentos saudáveis e ultraprocessados no Brasil

O objetivo deste relatório é demonstrar por meio de teorias e dados a importância das políticas públicas direcionadas ao incentivo de uma alimentação saudável. O que temos visto é o encarecimento de alimentos saudáveis: por isso, buscamos, neste estudo, demonstrar as razões desse encarecimento em nosso contexto nacional e suas consequências econômicas e para a saúde pública.

Esse tema é urgente, pois sem uma política pública adequada temos uma crescente tendência de que a população (principalmente a de menor renda) opte por alimentos cada vez mais baratos, que são fracos em nutrientes e com grande potencial comprovado de contribuir com o desenvolvimento de doenças crônicas.

Sabemos que o incentivo ao alimento processado vem de uma estrutura político-econômica, por isso neste relatório buscamos investigar as raízes dessa crescente diferença de preços dos alimentos nas últimas duas décadas.

Uma questão encontrada em nossos estudos é que a produção de ultraprocessados acontece em grande escala, o que reduz muito seu custo de produção. Dessa forma, os elevados graus de monopólio na indústria de alimentos geram efeitos contrários: encarecimento dos produtos agrícolas para a população brasileira e barateamento dos produtos industrializados. Em outras palavras, quanto maior o domínio
do mercado, maior é o barateamento do seu custo.

Assim, quanto mais o setor de produção de alimentos do Brasil se integra a economia global, menor é a nossa soberania na ocupação da terra nacional para produção de alimentos orgânicos, o que os encarece.

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